|
Aplicação do Modelo Mohid na Costa do Estoril Recorrendo a ferramentas de modelação é possível integrar os resultados da monitorização, simular a hidrodinâmica local e as propriedades biogeoquímicas da zona costeira, e fazer previsões da qualidade das águas balneares. O modelo Mohid Water (www.mohid.com) permite o uso de modelos encaixados que levam a uma diminuição do tempo de cálculo e permitem resolver problemas de menor escala através do “downscaling” da solução. No caso da Costa do Estoril, no troço Parede - Belém, são utilizados três modelos encaixados, cujos domínios estão representados como mostra a figura seguinte. O primeiro modelo, Nazaré Setubal-, é um modelo 2D, que abrange praticamente toda a costa portuguesa, e simula as condições de maré. O segundo, o modelo Tagus, é um modelo 3D, baroclínico, considerando várias camadas da coluna de água, que vai simular a hidrodinâmica. O terceiro modelo, Parede-Belém, é um modelo 3D, mas com maior detalhe, que abrange a área de estudo, desde a água balnear da Parede, até Belém, com uma malha de 30 metros. Esta metodologia de modelos encaixados permite resolver problemas de escala, pois o modelo “pai”, neste caso o da “Costa Portuguesa”, irá fornecer ao modelo “Tagus”, as condições de fronteira (a maré). O segundo nível “Tagus”, simula os processos físicos e ecológicos no estuário, simulando a hidrodinâmica na malha e fornecendo as condições de fronteira para o nível 3- Parede-Belém, onde são simuladas as decargas das ribeiras.
Considerando o caudal (obtido a partir dos valores de nível das ribeiras (obtidos a partir de estações hidrométricas), e das respectivas curvas de vazão, a sua contaminação fecal (como base no histórico de valores), são simuladas as descargas de todas as ribeiras ao longo do troço Parede-Belém. Recorrendo à metodologia das caixas de monitorização é possível individualizar cada água balnear, identificar e quantificar a contribuição relativa de cada ribeira, sendo possível em cada momento responder às seguintes questões: i) - Existe água contaminada na zona balnear? Se sim, qual a concentração média? ii) - Quais são as origens da contaminação? iii) -Qual o volume de água contaminada e qual a probabilidade de um banhista estar em contacto com essa água? A concentração da água contaminada é calculada através da média geométrica das concentrações dos traçadores ainda contaminados, e a probabilidade de um banhista estar em contacto com essa água, é calculada comparando o volume ocupado pela água contaminada com o volume da caixa que descreve a água balnear . Considera-se que um traçador está contaminado se a sua concentração está acima do valor máximo requerido para a praia (valor imposto pela legislação), neste estudo foi utilizado o valor 100 UFC/ml, correspondente ao parâmetro coliformes fecais. Esta metodologia foi aplicada para todas as águas balneares. No entanto o seu estudo foi aprofundado no caso das Praias da Torre e Santo Amaro de Oeiras de forma a responder às exigências da Nova Directiva das Águas Balneares e estabelecer níveis de risco para cada uma dessas praias. Esses níveis de risco têm em consideração a contaminação fecal das ribeiras, e o seu caudal. |
Last updated: 04/21/11. |