Os
estuários fornecem alimento e habitat a uma gama muito grande de
organismos bênticos, epi-bênticos e pelágicos com papel determinante na
cadeia alimentar marinha. Essa razão seria suficiente para serem
reconhecidos como zonas ecologicamente importantes, que devem ser
preservadas.
A água doce descarregada pelos rios transporta grandes quantidades de
nutrientes e de matéria orgânica para os estuários, criando condições para
o desenvolvimento dos produtores primários e consequentemente de uma
cadeia alimentar muito activa.
Os estuários fornecem também protecção contra predadores. As vastas zonas
de baixa profundidade – incluindo sapais – localizadas no interior dos
estuários oferecem protecção à ictiofauna juvenil. O tempo de residência
da água no seu interior cria condições para que os ovos de peixes
pelágicos ecludam no interior do estuário, permitindo às larvas
desenvolverem-se em zonas mais protegidas e mais ricas em alimento.
O rio descarrega também grandes quantidades de materiais finos que se
depositam em grande parte no interior do estuário formando zonas de baixa
profundidade e fundos vazosos normalmente ricos em matéria orgânica, que
constituem habitat para grande variedade de espécies bênticas e para aves.
Apesar da turbidez elevada, a baixa profundidade permite produção primária
elevada, quer de carácter bentónico (em particular nas espraiados de maré)
quer na própria coluna de água, como consequência da turbulência vertical.
Os estuários são também o caminho para espécies aquáticas que passam uma
parte das suas vidas nos rios e outra parte no mar. Perturbações nos
estuários têm necessariamente consequências negativas para as suas
migrações.
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